Monday, September 20, 2010

oops, I did it again!!!

Olá olá...
o meu iuppi state, já não é assim tão iuppi.
Como poderão ter-se realizado, tornei-me, ou estou a tornar-me numa adulta em dificuldades.
Sinto que, chegou a altura de crescer. Muito embora, a fase da adolescência já tenha passado, realizo-me agora que não passei a minha na devida altura, estando agora a passar por ela, a minha adolescência tardia. Só agradeço não ter de passar a fase da acne!!

Isto porque digamos, estou a realizar-me quem sou, ou melhor, quem o meu passado me fez. E essa pessoa, infelizmente, parece que não sou quem quero ser.

Tenho absoluta consciência das minhas capacidades, mas desabsoluta capacidade de valorizá-las! Não sei dar me o meu valor. O que leva, a que nos dias de hoje, me aperceba escolher para íntimos quem me maltrata mais.

É isto sim senhor, sinto que tenho uma tabuleta na testa a dizer "maltrata-me".Isto é o que vai acontecendo. Vou sendo maltratada por certas e determinadas pessoas. Infelizmente, não existe falta de pessoas no mundo que maltratem.

Estou sem dúvida a passar esta fase por ter sido mãe. Por querer dar o melhor à minha filha e por desejar minimizar o número de traumas que ela tenha no futuro.
Vida sem traumas, não existe, e a busca dela é o que faz mais traumas.

Os factos de que me estou a aperceber:
Sou super protegida pela minha mãe e negligenciada pelo meu pai.

Vou, a partir de agora deixar de falar com os meus pais, a não ser que eles me procurem, ou que tenha uma real necessidade de ajuda para a minha filha.

Também não falo com o meu marido, pai da minha filha e a minha suposta melhor amiga. E continuo a ver a minha esfera de conhecimentos a fechar-se cada vez mais.

Eis os meus traumas, os quais remoo todos os dias a toda a hora, e dos quais me quero ver livre, ou simplesmente aceitar e andar em frente:

Com 11 anos, comecei a trabalhar na fruta, todos os 3 meses de verão. Passava os dias com os meus pais e irmão, a carregar baldes de fruta debaixo do sol de verão.
Com 15 anos tive a oportunidade de deixar a fruta para passar a trabalhar no café dos meus pais. os quais me deram uma mota, que eu queria, para trabalhar para eles, senão nada de mota.
Com 16 anos, a minha mãe escolheu o meu trabalho de verão, fui para um supermercado.
Com 17 anos os meus pais obrigaram-me a ir para a Universidade, eu não queria ir logo, pois tinha um namorado de quem gostava muito. Escolhi cursos impossíveis de entrar. Mas a média desceu e eu entrei, no curso com menos saídas profissionais actualmente (e sempre?).
E aqui, o meu pai incentivou-me a fazer falsas declarações sobre compromisso de honra, o que eu fiz.

Nesta fase, concluo, que cometi o meu maior erro, o de ter cedido à vontade dos meus pais, para mais tarde lhes atirar à cara. O que está a acontecer agora. Mas infelizmente pode já ser tarde demais para me iniciar numa carreira com valorização.
Sei hoje, que devia ter deixado de falar com os meus pais há 10 anos. E assim talvez hoje já tivéssemos uma boa relação. Mas não... fiz o que eles queriam e assumi como suas as minhas escolhas.

Com 25 anos decidi começar a fazer as minhas escolhas. E infelizmente, a minha mãe, nunca me felicitou por isso, ainda hoje, sou considerada por sempre ter feito más escolhas.

A minha única escolha foi ter decidido tentar uma família aos 25 anos. Mas o meu passado não deixa já a uma boa evolução das escolhas.

O que está feito, feito está.

Para mais de tudo isto, por acaso, os meus pais até são boas pessoas e bons amigos. Mas ressalvo aqui, que não foram nem são bons pais para mim.
Os meus pais responsabilizam-me de tudo. Não assumem responsabilidade nenhuma na minha educação.
Para mim, agora, não passam de quase analfabetos que querem ser bem vistos pela sociedade e que não se importam minimamente com a minha felicidade.
Ajudam só e apenas como querem ajudar, nunca, mas nunca me ouviram quando lhes pedi ajuda. Nunca me realizaram um desejo que não tivesse a ver com dinheiro.

E continuam a fechar-se na sua casca, tal como eu na minha.
Mas assumo aqui e agora: não falarei com os meus pais se eles não me falarem primeiro, e não os perdoarei se eles não pedirem ajuda para si mesmos e entenderem o que de facto é a educação e o que ela ou a falta dela pode fazer a um adulto.

Peço imensa desculpa a todos os meus familiares e amigos a quem contei e vou contar a minha decisão, por não acatar as suas opiniões de "não fazer isso" com os meus pais. Imagino, que esta decisão, possa nem melhorar a minha situação, ou até piorá-la.

Mas eu preciso de me sentir, de me viver, de saber quem sou... tenho uma filha, e quero bem educá-la para o futuro. Quero saber desde já como o fazer, não quero deixar passar tempo nenhum até aprender como fazer um filho verdadeiramente feliz consigo mesmo e as suas capacidades.

E para isso vou assumir a minha fama de ovelha negra para quem ma continua a impôr.

Quero crescer, quero fazer boas decisões, quero que a minha filha seja feliz consigo mesma e que me dê muitos, mas muitos netinhos felizes. (e se não quiser, a escolha tem de ser dela!!!).
Quero que a minha filha se valorize e não se deixe ser maltratada.
Enfim, como todos os pais, quero que ela seja aquilo que eu não consigo ser, mas de uma maneira saudável.
E peço sim ajuda a quem quiser opinar acerca deste tema, e declino qualquer opinião acerca de como conduzo a minha relação com os meus pais, a não ser que eu a peça.



No comments: